As esperanças eram que 2022 iniciasse com um maior crescimento nacional e mundial. Infelizmente o recrudescimento da pandemia de Covid-19 com a disseminação da variante ômicron no mundo frustram de certa forma as expectativas mais otimistas.
No Brasil, mesmo com a seca e altas temperaturas na região sul, especialmente Rio Grande do Sul, e excesso de chuvas no em outros estados, especialmente Bahia, o AGRO continua a ser, para a macroeconomia, a esperança de que o Brasil consiga ter melhores índices de crescimento econômico e superávit comercial.
Mas após mais de 100 dias sem exportar carne bovina para China (nosso maior parceiro comercial), o Brasil retornou as exportações no final de 2021, com expectativas de uma grande alavancagem nas vendas exteriores. Nesta seara não só os preços da arroba do boi subiram para o produtor, mas também as escalas de abate nos frigoríficos tiveram um acréscimo.
O que o Brasil enfrenta agora é um represamento das cargas frigoríficas e agrícolas em função da falta crônica de Auditores Fiscais Federais Agropecuários - AFFAs, que se evidencia nos momentos de maior produção e exportação. E ainda, diante da traição do governo federal ao AGRO (uma das maiores bases eleitorais do atual governo), que optou por privilegiar carreiras policiais em detrimento das carreiras que impulsionam a economia nacional, o ano iniciou com uma operação pente fino dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários, causando um represamento de certificação, liberação e embarque de produtos agropecuários.
O Fórum Pró-Brasil, formado pelas principais entidades representativas do AGRO do país, incluindo ABRAFRIGO – Associação Brasileira de Frigoríficos, ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de carnes, ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, ABIPESCA – associação Nacional das Indústrias de Pescados, ABINPET – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, ABRA – Associação Brasileira de Reciclagem Animal, SINDIRAÇÕES – Sindicato Nacional das Indústrias de Ração Animal e UBRABRIO – União Nacional de Biodiesel e Bioquerosene, encaminharam carta ao Presidente Jair Bolsonaro declarando serem justas e constitucionais as reivindicações de reestruturação da carreira dos AFFAs e solicitam a intervenção direta do Presidente da República na rápida resolução do problema.
Cálculos feitos pelo AnffaSindical – Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários, que subsidiaram os pleitos dos auditores e que já contavam com o apoio da Ministra da Agricultura Tereza Cristina e de grande parte da Frente Parlamentar da Agropecuária, demonstravam que o impacto orçamentário da reestruturação da carreira no exercício de 2022, se concedido em abril, não equivaleria nem a 10% dos valores propostos para o reajuste de policiais federais encaminhado pelo governo federal. Se a reestruturação da carreira dos AFFAs fosse concedida em junho (limite eleitoral) o impacto não chegaria a ínfimos 5% do valor proposto ao orçamento pelo ministro da Economia Paulo Guedes, em nomo do governo.
Mas o brasileiro é povo de esperança e fé. Aguardemos que 2022 seja o ano da virada para o AGRO e para o Brasil.