Devido às restrições de exportação de carne bovina para a China, o maior importador do produto, as exportações brasileiras de janeiro a novembro caíram 7,15% em relação ao mesmo período de 2020. No ano passado, até novembro, o total movimentado foi de 1.848.067 e neste ano, em novembro, o total acumulado alcançou a 1.716.000 toneladas. Mesmo com a diminuição no volume exportado de carne bovina, a receita com as exportações do produto teve um acréscimo de 10% graças a elevação dos preços do produto no mercado internacional, saltando de US$ 7,74 bilhões para US$ 8,5 bilhões. Os dados são de levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Mesmo com o embargo, a China se mantém em primeiro lugar, com 928.815 toneladas importadas (incluindo Hong Kong), seguido por Estados Unidos que comprou 117.805 toneladas, e Chile que importou 99.148 toneladas em 2021. Na sequência se destacam ainda Egito, Emirados Árabes e Filipinas.
Com a liberação por parte da China, no dia 23 de novembro, do ingresso de carnes provenientes do Brasil que haviam sido certificadas pelo governo brasileiro antes do dia 4 de setembro (data em que o Brasil suspendeu as exportações devido a confirmação dos casos de BSE atípica) deve ocorrer um ligeiro acréscimo nos números a serem exportados para o país asiático. A estimativa do Ministério da Agricultura é que não mais de que 100 mil toneladas se encontram nesta situação, isto porque algumas plantas frigoríficas redirecionaram seus cortes bovinos certificados para outros mercados enquanto perdurou o embargo. A expectativa agora recai sobre a liberação do estoque mantido nas câmaras frigoríficas e, ato contínuo, sobre a liberação total das exportações para o país asiático.
A expectativa da liberação por parte dos chineses já fez aquecer o preço da arroba do boi, que teve acréscimo considerável em todas as praças avaliadas. Giovani Ferreira, diretor do Canal Rural, comenta: “O que vai acontecer quando a China voltar para o mercado? Podemos enfrentar escassez. Infelizmente o preço pode subir no mercado interno. Com o embargo, a indústria está em outro ritmo e a produção também. Quando a China voltar, e se voltar forte, nós podemos ter problema de abastecimento para atender demanda doméstica e internacional. É algo que o setor está discutindo muito”, explica.
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